Os medicamentos quimioterápicos possuem como alvo as células com rápida proliferação. Atuam tanto em células neoplásicas quanto em células normais, como as da matriz dos cabelos em fase de crescimento. Em torno de 80 a 90% dos folículos do couro cabeludo estão nessa fase em determinado momento, por isso há uma queda maciça de fios na alopecia induzida por quimioterapia.
É uma perda definitiva ou temporária?
Na grande maioria dos casos, esse tipo de alopecia é temporária e reversível. A queda começa em uma a três semanas após o início da quimioterapia e leva a uma perda total de cabelos em um a dois meses. A recuperação ocorre em três a seis meses após o agente desencadeante ser suspenso.
O cabelo volta a crescer normalmente após o fim da quimioterapia?
Sim. Na maioria dos casos, a recuperação ocorre em três a seis meses após o agente desencadeante ser suspenso. O novo crescimento capilar pode mostrar mudanças temporárias de coloração até que as células que produzem a pigmentação (melanócitos) comecem a funcionar novamente, e o crescimento do cabelo pode ser mais curvo do que o anterior (ficam mais ondulados em alguns casos). Além da alteração da cor dos cabelos e mudança na estrutura, raramente pode haver alopecia permanente.
– Como a touca gelada ajuda a diminuir a queda causada pela quimioterapia? Ela é 100% eficaz?
Para prevenção, o resfriamento do couro cabeludo é a forma mais estudada, e única forma considerada eficaz atualmente. A hipotermia diminui o metabolismo celular e reduz a perfusão, e consequentemente, diminui a concentração de quimioterápico que chega ao couro cabeludo. A redução da temperatura (hipotermia) do couro cabeludo com o uso da touca durante a administração de quimioterapia apresenta resposta em 50-80% pacientes